Apertem os cintos... o torcedor sumiu!
Com o valor de mercado caindo e o baixo interesse do público pelas partidas, com raras exceções, os campeonato estaduais voltaram a virar temas de debate entre os defensores da tradição e os da modernidade — aqueles que querem um calendário do futebol brasileiro contemplando apenas as competições nacionais. Em que pese as competições estaduais tenham se tornado base de qualificação para as disputas da Copa Nordeste, Copa do Brasil e a série D do Brasileiro, a região nordestina é uma das mais afetadas com o problema de público. Basta uma rápida observação nos boletins financeiros das partidas para notar a gravidade da situação. Pois na maioria das vezes os clubes pagam para jogar. Um bom exemplo disso podemos encontrar na partida entre Força e Luz x Coríntians, no estádio Barrettão, que gerou uma arrecadação bruta de apenas R$ 485,00. Verba insuficiente para pagar sequer um mês de salário a um funcionário de salário-mínimo.
Arredio
Mas a falta de motivação do torcedor já recai também em competições como a Copa do Nordeste, que é muito bem avaliada em termos nacionais, mas parece não ter servido para motivar os torcedores potiguares. No encontro contra o mesmo Vitória-BA, com quem já decidiu o título da competição regional de 1998 e levou ao Machadão um dos maiores públicos do antigo estádio, o América jogando agora pela semifinal da Copa na atual temporada, colocou apenas 5.146 torcedores nas arquibancadas da moderna Arena das Dunas. Desses, 3.841 pagaram ingressos. A arrecadação somou R$ 79.880,00, que depois de retiradas todas as despesas, restou ao clube um pouco mais de R$ 23 mil. O presidente da FNF, José Vanildo, disse que o campeonato potiguar só resiste por que a entidade há algum tempo não depende apenas daquilo que arrecada com os jogos (6% da renda bruta do Estadual, 5% nos jogos do Brasileirão e da Copa do Brasil e 10% das partidas da Copa do Nordeste). “Nós tivemos de nos reinventar, apostar em ferramentas modernas como o marketing e também nos desvincular das verbas públicas. A FNF não recebe um centavo sequer do governo estadual e nem da prefeitura, vivemos com aquilo que conseguimos arrecadar no mercado e com o suporte financeiro enviado pela CBF, que auxilia a nossa sobrevivência”, disse José Vanildo. O dirigente ressaltou, que em todo o primeiro turno, a federação arrecadou um total de R$ 46.818,04, o que dividindo pelo número de partidas realizadas dá uma média de R$ 578,00 por jogo, saldo insuficiente para pagar o salário mensal a um funcionário da casa. Para dar uma ideia da desproporção de valores existentes no futebol, José Vanildo revelou que o Boavista, recebeu como cota de participação no Campeonato Carioca, a quantia de R$ 2 milhões. “É insano pensar que a FNF ganha dinheiro em cima dos clubes. Até porque o dinheiro que entra aqui é reinvestido no próprio produto que é o futebol. Além de pagar as arbitragens nós ainda concedemos ajudas a alguns clubes garantindo por exemplo transporte e hospedagens das delegações em alguns casos. Mas sei que a saída é continuar investindo pesado no marketing, em busca de novas fontes e formas de financiamentos”, afirmou José Vanildo.
Por: Vicente Estevam/Repórter TN
Caio Khayan
Há dez anos, apesar dos espaços já surgirem no velho estádio
João Machado, as arquibancadas ficavam lotadas ao menos nos clássicos
O buraco só não é maior pelo fato de a Federação Norte-riograndense de Futebol (FNF) se responsabilizar por algumas das despesas do espetáculo, como o pagamento da arbitragem e com quadro móvel, cuja presença é obrigatória nas partidas. Neste mesmo encontro que para definir quem seria o clube rebaixado para segunda divisão, com os 6% a que tem direito das arrecadações, a FNF faturou apenas a módica quantia de R$ 7,80. Sem bilheteria consistente, os clubes passam a depender muito mais das verbas de patrocínio, já que a cota de TV para um clube como o ABC na participação do Estadual gera ao clube R$ 80 mil por temporada. Mas a questão no Rio Grande do Norte está justamente em saber o que está separando os torcedores dos estádios. Nem o advento da Arena das Dunas conseguiu modificar o panorama de queda de público. Há quem defenda a tese de que a violência das torcidas organizadas é o principal motivo desse abandono, mas aliado a isso também existem aqueles que culpam a própria qualidade do espetáculo. “Como qualquer outro produto que se expõe no mercado o futebol tem de agregar qualidade, preço e novidade. O Campeonato Estadual não tem nenhuma das três coisas. Os craques que vão a campo não representam mais novidades e são velhos conhecidos dos torcedores”, afirma o editor de esportes da TRIBUNA do NORTE, Itamar Ciríaco. Um exemplo que ilustra bem a preocupação está no último encontro entre ABC x América, considerado como o grande agente motivador do futebol no estado e que na atual temporada atraiu a atenção de apenas de 6.554 torcedores, dos quais 5.702 pagaram pelo ingresso.
Frankie Marcone
Em 2015 os clubes não conseguem atrair seus torcedores
e se agarram aos projetos de sócios.
Arrecadação média no RN é de R$ 578,00
O fato gerou preocupação do conselheiro americano, Eduardo Rocha, que é membro da comissão de futebol do clube. “Não podemos entender essa circunstância como normal. Tem algo de muito errado nisso e não podemos admitir um clássico entre ABC e América, que já levou verdadeiras multidões aos estádios, com público inferior a 15 mil pagantes. A continuar desse jeito não teremos mais como fazer futebol”, ressaltou o dirigente alvirrubro.Arredio
Mas a falta de motivação do torcedor já recai também em competições como a Copa do Nordeste, que é muito bem avaliada em termos nacionais, mas parece não ter servido para motivar os torcedores potiguares. No encontro contra o mesmo Vitória-BA, com quem já decidiu o título da competição regional de 1998 e levou ao Machadão um dos maiores públicos do antigo estádio, o América jogando agora pela semifinal da Copa na atual temporada, colocou apenas 5.146 torcedores nas arquibancadas da moderna Arena das Dunas. Desses, 3.841 pagaram ingressos. A arrecadação somou R$ 79.880,00, que depois de retiradas todas as despesas, restou ao clube um pouco mais de R$ 23 mil. O presidente da FNF, José Vanildo, disse que o campeonato potiguar só resiste por que a entidade há algum tempo não depende apenas daquilo que arrecada com os jogos (6% da renda bruta do Estadual, 5% nos jogos do Brasileirão e da Copa do Brasil e 10% das partidas da Copa do Nordeste). “Nós tivemos de nos reinventar, apostar em ferramentas modernas como o marketing e também nos desvincular das verbas públicas. A FNF não recebe um centavo sequer do governo estadual e nem da prefeitura, vivemos com aquilo que conseguimos arrecadar no mercado e com o suporte financeiro enviado pela CBF, que auxilia a nossa sobrevivência”, disse José Vanildo. O dirigente ressaltou, que em todo o primeiro turno, a federação arrecadou um total de R$ 46.818,04, o que dividindo pelo número de partidas realizadas dá uma média de R$ 578,00 por jogo, saldo insuficiente para pagar o salário mensal a um funcionário da casa. Para dar uma ideia da desproporção de valores existentes no futebol, José Vanildo revelou que o Boavista, recebeu como cota de participação no Campeonato Carioca, a quantia de R$ 2 milhões. “É insano pensar que a FNF ganha dinheiro em cima dos clubes. Até porque o dinheiro que entra aqui é reinvestido no próprio produto que é o futebol. Além de pagar as arbitragens nós ainda concedemos ajudas a alguns clubes garantindo por exemplo transporte e hospedagens das delegações em alguns casos. Mas sei que a saída é continuar investindo pesado no marketing, em busca de novas fontes e formas de financiamentos”, afirmou José Vanildo.
Por: Vicente Estevam/Repórter TN
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